quarta-feira, 9 de maio de 2012



BMW G 450X 

A nova BMW chega disposta a tudo. A marca bávara, como sempre, quando faz algo novo faz muito bem. Tem muitas novidades, como o eixo secundário do câmbio, concêntrico ao eixo do basculante, permitindo atrasar a posição do virabrequim e todos os componentes da transmissão para melhorar seu peso, sua inércia e centro de gravidade.
A embreagem fica na extrema direita do virabrequim, girando ao mesmo regime do motor. O cilindro mais inclinado pra frente, e a toma de admissão fica na vertical. Sistema de injeção Keihin, com sistema de sensor de oxigênio no coletor para regular a injeção.
O monocilíndrico alemão refrigerado a líquido tem um radiador com um eletro-ventilador na parte traseira mantendo a temperatura sempre estável. O tamanho interno do motor é de 98x59,6, mais curto que as competidoras austríacas. No cabeçote, o eixo do comando de válvulas move suas 4 válvulas, a caixa de marchas é de 5 velocidades.

Diferente

A parte ciclo evoluiu juntamente com o motor. Onde seria o tanque, agora fica a caixa de filtro, e aquele fica agora sob o assento, e sua tampa na parte traseira recoberto com uma espuma.
O chassi feito com muitos tubos de aço de precisão, simples nas linhas. O sub-chassi traseiro de alumínio abraça o tanque pela parte exterior. A forquilha é Marzocchi Shiver com barras de 45 mm de diâmetro, e o amortecedor traseiro é um Öhlins. Os freios são Brembo, e na frente o disco não tem orifícios para a ventilação.

Bons detalhes

Lógico que fizemos os ajustes antes de rodar, observando a posição de pilotagem e alguns detalhes. Notamos que ela é muito estreita, a 450 mais estreita que testamos, oferece excelente liberdade de movimentos. Contrasta com os volumosos para-lamas dianteiro e traseiro.
O guidão Magura SX muito bom em todas as posições de condução. Todos os comandos estão bem situados, apenas o manete da embreagem tem a ação um pouco mais curta. Nos pés, a tampa da embreagem faz com que roce a bota dificultando encontrar o freio traseiro. Do lado esquerdo um pouco de dificuldade também com o câmbio de marchas.
A G 450 X tem apenas a partida elétrica, e por isso mesmo abusamos dela em todas as situações e constatamos que funciona bem, sempre perfeita.

Suave e eficaz

Em movimento ela não decepciona, e surpreende em vários pontos, principalmente o motor evolui de maneira progressiva e muito suave, a potência chega pausadamente, requer umas doses de acompanhamento. Muita potência para competir, sua resposta linear com sua enorme capacidade de tração do conjunto, facilitam abrir a aceleração. As marchas oferecem uma primeira muito curta, e uma segunda pronunciada, podendo rodar nela em muitos momentos, mas quando damos gás a resposta é muito lenta. Na aceleração e na retenção do motor tem uma resposta direta, exigindo muito do físico do piloto.
As motos de enduro da BMW funcionam com o virabrequim girando para trás, e não sentimos muita diferença nos saltos, curvas ou qualquer outra situação. A capacidade de tração da G 450 X é incrível, e junto com sua potência fica difícil derrapar no solo duro. Suas suspensões são duras, mas na medida exata. O freio dianteiro poderia ter um tato melhor, mas o traseiro freia muito bem e sem bloquear a roda inesperadamente.

Bom começo

A BMW inicia uma nova história com sua G 450 X, uma moto muito diferente das vistas até o momento, vai dar muito que falar no mundo do enduro. É uma moto excelente, com muita tração e muito progressiva, mais que muitas concorrentes. Não há dúvidas que a marca alemã consolida-se no segmento, e porque não, em um futuro próximo, em uma referência do mercado.

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